ALCIONE AVISA QUE NÃO NASCEU COM MARCAS DE CHIBATA
Por Lucia Souza
Imagens Marcos Hermes
Num momento em que protestos e manifestações antirracistas se espalham pelo mundo, uma das maiores artistas do Brasil é vítima de insultos. As ofensas partiram do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que chamou Alcione de ‘barraqueira’ e sua música de ‘insuportável’.
A cantora havia criticado a postura de Camargo em relação aos negros e aos movimentos antirraciais aos quais ele se refere como uma ‘escória maldita’ A marrom não se calou diante dos insultos. “Não nasci com marca de chibata nas costas. Gosto de respeitar e ser respeitada”, avisa.
Imediatamente a classe artística saiu em defesa da marron e criaram uma campanha nas redes sociais a favor da cantora reunindo nomes como Lulu Santos, Chico Buarque, entre outros. A artista maranhense conta que se surpreendeu e se emocionou. “Ouvi tantas coisas quais lindas ditas por amigos e fãs, alguns até avessos a exposição e outros que habitualmente nem se manifestam, que me emocionei. Foi muito carinho”, afirma.
Durante à entrevista Alcione declarou que quando se é reconhecido com amor e respeito, como ocorreu com ela, é possível suportar tudo. “Ainda estou muito impactada por essa nuvem de afeto”, acrescenta.
Na sua avaliação o mundo está finalmente se dando conta dos males que o racismo traz. “Racismo mata! Tomara que estejamos dando início a nova era de paz, solidariedade e respeito não importa se é branco, negro ou asiático, nosso sangue tem a mesma cor”, observa.
Aos 72 anos e considerada grupo de risco para a covid19, Alcione cumpre isolamento em sua casa, mas nem por isso deixa de trabalhar. Ela está lançando seu 42º CD, chamado ‘Tijolo por Tijolo’, cheia de novidades. “o álbum já está disponível em todas as plataformas digitais. Neste disco deixo as músicas românticas um pouco de lado e só canto sambas”, conclui.